segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mistério ronda crime em Saquarema
Duarte Lima quis ver fotos do corpo de Rosalina. Crime ocorreu em Dezembro.
Rosalina Ribeiro, de 74 anos, viveu com o português Lúcio Tomé Feteira durante mais de 30 anos e disputava na justiça, em Portugal e no Brasil, desde 2000, parte da herança com a filha do empresário e os restantes herdeiros.
Pouco tempo depois de o corpo de Rosalina Ribeiro ter sido encontrado em Saquarema, a 90 quilômetros do Rio de Janeiro, em Dezembro de 2010, os advogados de Duarte Lima no Brasil pediram – e foi-lhes concedido – o acesso às fotos do cadáver e do local onde foi encontrado.
O advogado João Ribeiro Filho, mandatário de Duarte Lima, fez o pedido diretamente à Polícia Técnico-Científica, que lhe forneceu seis fotografias de Rosalina quando esta foi encontrada em Saquarema, abatida com dois tiros – um no peito, próximo da axila direita, e o outro na zona frontal, na mesma direção. Chovera bastante na noite do assassinato (7 para 8 de Dezembro) e a ex-companheira de Tomé Feteira jazia numa vala de água cercada de matagal. Em torno do corpo, encontrava-se o seu casaco preto, com a manga esquerda rasgada pelo ombro.
O pedido destas fotos, endereçado pelos advogados de Duarte Lima, leva os investigadores a questionarem: Para que é que ele quer aquilo?
A posição em que o cadáver se encontra, a direção dos tiros e o casaco rasgado levam a mesma fonte policial a concluir: O autor do crime deve ter parado o carro, saiu, deu o primeiro tiro, puxou-a para o exterior (daí o casaco estar rasgado) e aí deu o segundo tiro.
Não usou o telefone habitual
Já em meados deste ano, Duarte Lima teve acesso a todo o processo – em que já constava a descoberta do carro que usou as análises telefônicas e as multas pelas infrações de trânsito que cometeu no dia e na véspera do crime.
Como noticiado, o ex-parlamentar social-democrata terá utilizado três telemóveis – um suíço e dois portugueses – sem assinatura, na véspera e no dia da morte de Rosalina. O número que forneceu à Polícia e que usa habitualmente nunca foi ligado nesta viagem ao Brasil (entre 6 e 8 de Dezembro de 2009) – nem para contactar a secretária, Marlete Oliveira, nem o motorista que o conduzia habitualmente, Wenderson Oliveira.
Para combinar o encontro com Rosalina usou um telefone suíço, sem assinatura e mais difícil de rastrear pelas autoridades.
Este fato levou as autoridades que investigam o homicídio a reafirmarem a convicção de que Duarte Lima não só premeditou o crime, como fez tudo para não deixar rasto da sua passagem pelo país. 

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