Concrecomperj: Criado o Conselho Comunitário de Saquarema
Quinze entidades se unem para formar órgão que irá discutir as diretrizes das cidades no entorno do Complexo Petroquímico de Itaboraí e garantir investimentos que atenda aos menos favorecidos.
Na sexta feira (30) dezenas de entidades se reuniram às 19h na sede do Mirante Saquarema Clube, em Bacaxá, para dar início à segunda reunião de criação do Conselho Comunitário de Saquarema. Durante a reunião, foram discutidos vários assuntos como o estatuto que está em faze final de elaboração e deverá ser colocado em votação no próximo dia 17.
Para o representante do Concrecomperj, membro da CUT, Diretor do Sindipetro/RJ, Sr. Edison Munhoz Filho, a iniciativa da criação do conselho vem de encontro às necessidades da cidades no entorno do Comperj:
-Estamos dando o passo inicial para uma grande ferramenta comunitária que são os conselhos comunitários municipais que nasceram da necessidade de organização popular quando a Petrobras anunciou o projeto Comperj, que é um projeto grandioso, uma super-refinaria que vai afetar o meio-ambiente, as condições sociais de saúde, educação e segurança que é o primeiro a ser observado com o aumento de criminalidade nessa área. Se a gente não se organizar com uma grande ferramenta comunitária a gente vai ser atropelado pela empresa que é hoje uma das maiores multinacionais de petróleo do mundo. Do mesmo modo que a gente reclama do jeito de agir da Esso, da Shel, tem gente reclamando da Petrobras na Bolívia, por exemplo. O Conselho Comunitário nessas horas é fundamental para garantir que a população vá influenciar, modificar e frear essa busca insana que as empresas de petróleo têm pelo lucro. Não interessa se tem uma área de preservação ambiental, se existe saneamento básico, água potável; a Petrobras vai, se instala e faz o que quer. Nos somos uma resistência popular. Nosso nome é controle social. Saquarema está de parabéns com essa demonstração em que reuniu quinze entidades com esse objetivo. Esse conselho envolve Ongs, igrejas, sindicatos, associações, clubes de serviços, ou seja, qualquer tipo de organização desde que não seja partidária. Disse Munhoz.
Perguntado pela escola técnica que está sendo construída na cidade como fator de geração de mão-de-obra para o Comperj, Munhoz, afirma que é preciso estar de olho aberto devido ao momento crítico da educação no Estado do Rio:
É fundamental que essa escola técnica seja inaugurada e funcione. A Petrobras garantiu que ia fazer um centro preparatório em São Gonçalo, e fez. Esse centro são treze salas de aulas para formar eletricista, mestre de obra, mecânico, e hoje funciona com apenas três turmas em treze salas. A preocupação nossa é que essa escola técnica venha grandiosa conforme anunciada, mas que ela não forme a mão-de-obra para essa industria de petróleo. Precisamos garantir acesso à população para que não vire uma escola elitista para meia dúzia de apaziguados ou de pessoas de classe média que tem condições de passar em uma prova. Tem que haver garantia que os menos favorecidos possam participar e isso a gente só vai garantir através de denúncia, de mobilização. A educação do estado do Rio não exemplo de nada. A situação da educação no Rio é muito complicada. Temos, junto com o Piauí, a menor grade curricular do país. O estado do Rio faz uma educação para inglês ver. Desabafou o representante do Concrecomperj.
O principal articulador do Conselho Comunitário de Saquarema e presidente da Famosa, Luizão das Flores, fala sobre a importância de sua criação.
-A importância do conselho comunitário para o município é a união de várias ong”s, clubes de serviços, associações, e todos aqueles que queiram trabalhar com um único objetivo que é a valorização do ser humano. A proposta da prefeita Franciane era de fazer um governo participativo, mas como fazer se a sociedade não se organiza. Os comerciantes reclamam, mas não se fazem presentes na associação comercial. Eu nunca vi um comerciante presidente da associação comercial em nossa cidade. A pior dor é dor que dói na gente. Se o morador não vai até o governante para falar de suas aflições como é que o governante vai saber? A criação do Conselho é para agente poder fazer nossas reivindicações em todos os sentidos. O governo tem que atender os pedidos coletivos e não individuais. Na primeira reunião tivemos quinze entidades representadas, na segunda, tivemos treze, mas duas justificaram a ausência por motivo de plantão em seus trabalhos. O Conselho vai atuar junto ao Concrecomperj aonde já temos uma cadeira na direção através da Famosa (Federação das Associações de Moradores de Saquarema). O conselho vai servir para a gente conversar com os investidores do Pólo Industrial para agregar nossa mão de obra, busca junto ao ministério do trabalho, do SESI, e a Firjan, a qualificação de nossa mão-de-obra e qualificação profissional rápida porque estamos precisando disso com urgência. Eu tenho certeza que quando a gente for bater na porta da prefeitura com o Conselho Comunitário representado por mais de quinze entidades, de todos os distritos da cidade, a prefeita vai nos dar condições de trabalhar nessa sentido. Nossa intenção é aconselhar os governantes nas decisões da coletividade. Vamos criar também o Iº Fórum dos conselhos Comunitários, na região, para discutirmos até onde está sendo aplicado esses recursos do Comperj no sentido de atender os mais necessitados. Em Campos e Macaé a cidade ficou rica e o povo pobre, então o que a gente quer é que essa riqueza que esta por vir para Saquarema, que ela venha a atender aos menos favorecidos. Concluiu, Luizão.
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